Viver é reinventar-se

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Cada um no seu quadrado

“Cada um no seu quadrado...cada um no seu quadrado... “
Em tempos de frutas que se transformam em bundas ou bundas que se transformam em frutas, devorando a mídia e os gulosos olhares masculinos, certos ritmos de música já não inspiram muito respeito. O fato é que “Cada um no seu quadrado”, hit aparentemente tosco, pode carregar em si algo de muito verdadeiro. Abstraia a tal dança. Tente ver algo mais por trás do óbvio. Saia do lugar comum e concentre-se no fato de que esta simples filosofia poderia ser aplicada na vida das pessoas, de cada um de nós. Não no sentido egoísta, de não se importar com o próximo, mas sim no sentido de respeito. Isso, respeito pelo quadrado alheio. Cada um no seu quadrado. Olha que interessante! Ninguém se metendo na vida de ninguém. Não haveria intrigas, fofocas, julgamentos, guerras, dissensões. Haveria, no mínimo, mais paz nesse mundo louco, onde a briga pela razão é inúmeras vezes a fonte de tantos males. Cada um no seu quadrado, respeito pelo quadrado alheio e pronto! Quem sabe poderia surgir um mundo menos torto, com menos pessoas andando em círculos e quiçá mais felizes.

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Valeu, gente!

Queria agradecer os comentários carinhosos de todos vocês.
Continuem me acompanhando, ficarei muito feliz.
Ótima semana a todos e que Deus continue nos abençoando.
Bjos a todos

sábado, 11 de outubro de 2008

Que bom

Que bela seria a vida sem em vez de barreiras construíssemos pontes e escadas
Se em vez de fazer soar alarmes para nos proteger das vãs comédias dramáticas que a vida nos apresenta, fizéssemos de cada momento presente um simples ato de viver e se deixar viver.
Que bom seria se em vez de pensamentos e projeções, fizéssemos de cada ato nosso a realização de um simples desejo ou da mais pura vontade.
Que bom seria se em vez de nos impor tantos limites nos deixássemos fluir com a vida.
Que bom seria se a vida se fizesse menos urgente, sem tanto pesar de conseqüências, sem tantas ponderações.
Que bom seria se simplesmente nos deixássemos ser, e nos importasse apenas existir e viver o agora, o hoje, o florescer de cada dia.
Que bom seria se a despeito de qualquer possibilidade de falha ou erro, simplesmente saíssemos pra vida, prontos para o que desse e viesse, sem medo ou pesar.
Que simplesmente pudéssemos existir hoje para o momento presente e viver a plena certeza de que basta sermos quem somos para sermos felizes.
Que bom seria se nos importasse apenas a ligeira e terna felicidade de uma loucura abstrata ou de um ato impensado que nos desse um dia de felicidade.
Que bom se nossas dúvidas e promessas não nos deixassem um legado de frustrações e arrependimentos.
Que bom seria se saíssemos da apatia que impede nossas iniciativas e acaba por ceifar os nossos mais recônditos sonhos.
Que bom seria se opiniões ou pensamentos divergentes não fosse para nós mais do que modos diferentes de ver a vida e em nada nos desviasse de nossos anseios.
Que bom seria se nenhum motivo fosse suficiente para nos fazer desistir de nós mesmos.Que bom seria se entendêssemos que tudo – absolutamente tudo – pode trazer um bem em si quando simplesmente aceitamos a vida como ela é.

O que é a vitória?

Nem pódiuns, nem aplausos, nem medalhas, nem um sonoro grito com seu nome ao estilo “Brasil –sil-sil-sil-sil-sil....”.
Na vida, ao contrário das olimpíadas, a vitória não é coroada de tão emblemáticos sinais. Às vezes, é uma alegria tão íntima, uma vitória que só você sabe o valor que tem. Em outras, pode mesmo ser algo grandioso aos olhos dos outros, e mesmo assim, lá no fundo, só você sabe o quanto batalhou para chegar ali.
Em tantas outras, em vez de aplausos, ou mesmo por trás deles, há algo de tão contrário que só de pensar entristece. Ora, mas pra que entristecer, se a verdadeira vitória é algo que faz bem ao coração? Está para o que há de verdadeiro dentro de nós, tanto quanto as bênçãos estão para nossas ações.
Mas dentre tantas vitórias possíveis, não há de maior valor do que aquela sobre si mesmo. E quanto a essa, caros amigos, não há com o que se iludir. Aos olhos comuns, pode parecer até loucura ou ingenuidade. Pode resultar até mesmo em injustiça, em maledicência, em incompreensão. No entanto, diante da divindade que tudo conhece e que tudo governa, é a única que de fato importa. E isso encerra qualquer argumento em contrário.
Tantas divagações resultaram de minha inédita apreciação de alguns momentos da ginástica olímpica. A apreensão das meninas me comoveu na prova que acompanhei. Imaginei o quanto meses de preparo podem dissipar-se em alguns minutos, gerando imensa decepção. E refleti então sobre o quanto errar é humano e quantas vezes somos nossos piores carrascos ao não aceitarmos nossos equívocos. Nada mais humano e ao mesmo tempo, tão paradoxalmente heróico do que se dispor a, ao menos, tentar, correndo todo e qualquer risco de falhar. Mergulhei em circunstâncias vividas e vi quantas vitórias alcançadas quando simplesmente encarei e fui em frente. Vi também quantas derrotas, que apesar de dolorosas, deixaram indeléveis lições, e tantas outras, que por piores que tenham sido, foram minha fortaleza para vitórias futuras.
Foi assim que, naquela manhã de sábado, as lágrimas daquelas jovens meninas, cheias de garra e esperança, me contagiaram e lavaram também minha alma, ao ensinar-me em breves momentos uma lição tão preciosa. Que a simples possibilidade de vitória é a mínima razão para crer em si e seguir em frente. E que há riscos. E perder é apenas uma possibilidade. No entanto, vencer...ah, vencer faz valer todos os riscos. Não sei em que terminou a competição, confesso que não acompanho. Mas se na vida não há pódios de chegada e outros alardes, afirmo sem titubear que dentro de cada um de nós e no caminho de cada um de nós está todo o potencial da vitória.


Texto escrito num sábado de Agosto de 2008.

Palavras

Estou.
Sou.
Canto.
Grito.
Paro.
Caminho.
Sigo.
Sonho.
Faço.
Amo.
E todo amor enfim é o fim a que se destinam você, eu e todos nós.

Olhos abertos

A verdade simplesmente é. A verdade existe alheia a quaisquer conjecturas,ideais ou ilusões.O fato de não a enxergarmos não está nela, mas naquilo que nos falta. Há um véu que nos encobre a face, mas não encobre a face da verdade. Ela não está oculta. Repousa bem à nossa frente mesmo quando teimamos em não enxergá-la. O segredo é não temê-la. Não temer olhar para dentro de si. E não temer olhar ao seu redor. A verdade pode ser perturbadora, mas é, sobretudo, reveladora. Mais do que isso, ela liberta. Somente quando a aceitamos é que podemos seguir em frente. De verdade.Então, por mais belo que seja um quadro pintado, ele não corresponde à realidade. Ele nunca será algo além de uma imitação.Assim acontece com tantas outras coisas mundo afora e vida adentro.E na vida só vale a pena viver aquilo que é real. Com força, fé, amor e, claro, com verdade.

O mundo está ao contrário e ninguém reparou?

Parafraseando o trecho de uma canção do Nando Reis e até tirando-a de seu contexto, o questionamento do título é pertinente para se falar da violência e do desamor que assombra o cotidiano. Agressões a domésticas, homossexuais, índios, mulheres, mendigos, professores, seres humanos. A violência que invade as manchetes dos jornais é aquela que nasce no coração das pessoas, pobres de amor e de princípios. O problema que toma proporções cada vez maiores com grande impacto sobre a sociedade, feliz ou infelizmente, só pode ser solucionado dentro de cada um de nós. Nada se modifica enquanto permanecem contaminados de intolerância, ódio e ambição o coração daqueles que cometem tais atrocidades.Não discuto aqui soluções imediatistas, no que tange a punições ou julgamentos. Uma análise mais criteriosa me permite ver a questão do ponto de vista macro. E é simples perceber que crianças que não receberam amor se tornam adultos carentes de princípios verdadeiros. Crianças que sofreram privações excessivas crescem achando que o mundo lhes deve algo. E adultos mal resolvidos são os pais da violência, das guerras, e de tantos outros males que assolam o mundo por aí. Em nome disso se rouba, se mata, se corrrompe. O poeta Renato Russo cantava: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão...cada um de nós imerso em sua própria arrogância esperando por um pouco de afeição". Não hesito em concordar com ele. O mundo todo é um imenso presídio onde as pessoas criam seus próprios cárceres. Não aprenderam a amar, não receberam amor. Mas é tudo de que precisam. Inutilmente buscam preencher este vazio defendendo-se do mundo através do ataque.Apesar de toda perplexidade, ainda é possível vislumbrar um mundo melhor? Creio que sim. Mas é algo que precisa acontecer dentro das pessoas e ir passando de uma para a outra, atravessando gerações, até que enfim se possa ver o resultado concreto. Se é fácil? - sem utopia digo que não. Mas é necessário e urgente.Como fazê-lo? - Você deve estar se perguntando. Quando eu era adolescente, li uma frase que me marcou muito. Era assim: "A melhora de tudo para todos começa na melhora de cada um". Nada mais verdadeiro. A maneira certa de começar é dando o primeiro passo. Cuide de si mesmo, dos seus pensamentos, das suas atitudes, buscando ser o melhor que puder, não apenas para você, mas também para as pessoas que o cercam. E passe isso adiante. O bem é algo que merece ser compartilhado e multiplica-se dessa maneira. Comece hoje mesmo. Comece agora. No futuro, seus filhos serão multiplicadores dos alicerces que você estiver erguendo neste momento. Que mundo você deseja para eles? Que contribuição você quer dar para o mundo em que eles vão viver? Comece já.