Viver é reinventar-se

sábado, 11 de outubro de 2008

O que é a vitória?

Nem pódiuns, nem aplausos, nem medalhas, nem um sonoro grito com seu nome ao estilo “Brasil –sil-sil-sil-sil-sil....”.
Na vida, ao contrário das olimpíadas, a vitória não é coroada de tão emblemáticos sinais. Às vezes, é uma alegria tão íntima, uma vitória que só você sabe o valor que tem. Em outras, pode mesmo ser algo grandioso aos olhos dos outros, e mesmo assim, lá no fundo, só você sabe o quanto batalhou para chegar ali.
Em tantas outras, em vez de aplausos, ou mesmo por trás deles, há algo de tão contrário que só de pensar entristece. Ora, mas pra que entristecer, se a verdadeira vitória é algo que faz bem ao coração? Está para o que há de verdadeiro dentro de nós, tanto quanto as bênçãos estão para nossas ações.
Mas dentre tantas vitórias possíveis, não há de maior valor do que aquela sobre si mesmo. E quanto a essa, caros amigos, não há com o que se iludir. Aos olhos comuns, pode parecer até loucura ou ingenuidade. Pode resultar até mesmo em injustiça, em maledicência, em incompreensão. No entanto, diante da divindade que tudo conhece e que tudo governa, é a única que de fato importa. E isso encerra qualquer argumento em contrário.
Tantas divagações resultaram de minha inédita apreciação de alguns momentos da ginástica olímpica. A apreensão das meninas me comoveu na prova que acompanhei. Imaginei o quanto meses de preparo podem dissipar-se em alguns minutos, gerando imensa decepção. E refleti então sobre o quanto errar é humano e quantas vezes somos nossos piores carrascos ao não aceitarmos nossos equívocos. Nada mais humano e ao mesmo tempo, tão paradoxalmente heróico do que se dispor a, ao menos, tentar, correndo todo e qualquer risco de falhar. Mergulhei em circunstâncias vividas e vi quantas vitórias alcançadas quando simplesmente encarei e fui em frente. Vi também quantas derrotas, que apesar de dolorosas, deixaram indeléveis lições, e tantas outras, que por piores que tenham sido, foram minha fortaleza para vitórias futuras.
Foi assim que, naquela manhã de sábado, as lágrimas daquelas jovens meninas, cheias de garra e esperança, me contagiaram e lavaram também minha alma, ao ensinar-me em breves momentos uma lição tão preciosa. Que a simples possibilidade de vitória é a mínima razão para crer em si e seguir em frente. E que há riscos. E perder é apenas uma possibilidade. No entanto, vencer...ah, vencer faz valer todos os riscos. Não sei em que terminou a competição, confesso que não acompanho. Mas se na vida não há pódios de chegada e outros alardes, afirmo sem titubear que dentro de cada um de nós e no caminho de cada um de nós está todo o potencial da vitória.


Texto escrito num sábado de Agosto de 2008.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]



<< Página inicial